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“Quando as empresas definem objectivos desconectados do seu propósito tornam os seus colaboradores vazios e sem alma”
Frederic Laloux
“Não se pergunte o que o mundo precisa. Pergunta-te o que te faz sentir vivo, e vá fazer isso, porque o que o mundo precisa é de pessoas que se sentem vivas”.
Howard Thurman
A desconexão e a apatia têm impatos directos nas nossas empresas e organizações.
A desconexão nas empresas tem como pilares a crise de significado e a crise de conexão. Os seres humanos foram desenhados para a conexão e para ter significado. Viktor Frankl sugere que “a nossa principal motivação para viver é a nossa vontade de encontrar um propósito na vida.”
Temos uma forte necessidade de pertencer e de fazer parte de algo, que por vezes aceitamos fazer de conta. Mas o nosso sistema floresce na autencidade. Qualquer projecto que faça as pessoas sentir que fazer parte de algo com significado, que crie conexão com outros com o mesmo propósito está destinado a inovar e a gerar impactos positivos para os seres humanos e o planeta.
A maioria dos líderes com quem falo, tem interesse em inovar os seus processos, serviços e criar uma cultura em que as suas equipas estão motivadas e colaboram. Sabemos que o que precede a inovação é a criatividade, um ambiente fértil que convida a um estado de fluxo e experimentação. Muitas empresas deparam com o desafio de motivar os seus colaboradores para “pensar fora da caixa”. No entanto,
a criatividade e o pensamento disruptivo, raramente, acontecem quando as pessoas estão apáticas, desmotivadas e desconectadas de si, dos outros e do mundo.Quando, honestamente, não veem sentido ou propósito em ser criativas.
A desconexão tem impatos claros na liderança das nossas organizações.
Um líder que não reconhece as suas emoções não percebe o efeito que as suas emoções têm nos outros.Dificilmente terá empatia para entender as emoções da sua equipa, o que motiva e desperta a sua criatividade. Estará mais próximo de uma máquina altamente eficaz mas profundamente insensível e pouco criativa.
Como saber se somos líderes desconectados? Além da lista apresentada acima, existem elementos particularmente relevantes para o contexto das organizações:
A dificuldade de receber feedback da equipa que lidera.
Rejeitar ideias e pontos de vista diferentes dos seus.
Falta de envolvimento com a equipa: ausência, inviabilidade, falta de interação.
Comunicação unicamente de “cima para baixo”.
Não sentir dor ou preocupação consigo, nem com os outros
Falta de autorreflexão e auto-observação
Focar no resultado e na conquista, em vez do propósito
A ciência procura explicar que quando assumimos grandes responsabilidades e sentimos pressão, criamos novas ligações no cérebro que nos leva à desconexão e a não preocupar com os outros: seja a nossa equipa ou até mesmo a nossa família mais próxima.Os chamados viés cognitivos — padrões de pensamento que nos levam a ver o mundo de forma, sistematicamente, distorcida — são, em grande parte, responsáveis pela nossa desconexão.
Precisamos de criar espaços para que as nossas organizações e lideranças se possam auto-observar os seus padrões e criem novos mantras: sobre porque estamos aqui e o que precisamos de fazer e como precisamos de fazer.
Os impatos na performance, cultura organizacional e os custos desta desconexão requerem uma nova estratégia. Uma que seja regenerativa ou no mínimo sustentável.
Poucas organizações sobrevivem às transformações de um futuro emergente sem a intuição, inovação e uma liderança empática.
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