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  • Flavia Vivacqua e Dani Mario

Como nossas suposições moldam a forma de enxergarmos o mundo?

Atualizado: 7 de mai. de 2023








Compreender como pensamos e interpretamos as situações ao nosso redor é uma habilidade fundamental para qualquer pessoa que deseja promover mudanças significativas em sua vida e no entorno. A Escada da Inferência é um modelo que pode nos ajudar a ser mais conscientes desse processo e, assim, questionar nossas próprias suposições e crenças.


Desenvolvida por Chris Argyris, a teoria da Escada da Inferência surgiu de uma pesquisa científica em 1990 e explica que adotamos crenças baseadas em conclusões inferidas a partir do que observamos e nem sempre comprovadas, acrescidas por experiências passadas. Ou seja, selecionamos parte dos dados daquilo que observamos, adicionamos significados a essa experiência, que influenciam as suposições que desenvolvemos e como tiramos certas conclusões que dão forma às crenças que temos do mundo.


A Escada da Inferência é composta por seis degraus: observação, seleção, significado, suposições, conclusões e crenças. Cada um desses degraus representa uma etapa em nosso processo mental de construção de nossas crenças e como chegamos a conclusões sobre determinada situação.

  1. Observação de fatos: Nesse primeiro degrau, coletamos informações brutos, os dados que observamos.

  2. Seleção de dados: A partir desses dados, selecionamos quais informações são mais relevantes e significativas para nós.

  3. Adição de significados: Nesse degrau, adicionamos significado às informações selecionadas, atribuindo-lhes um contexto e uma interpretação.

  4. Suposições: Com base nos significados adicionados, começamos a fazer suposições e conclusões, muitas vezes baseadas em nossas crenças e experiências anteriores.

  5. Crenças: Essas suposições se tornam crenças que temos sobre o mundo, as outras pessoas e nós mesmos.

  6. Ações: Finalmente, essas crenças moldam nossas ações e decisões, afetando nossa forma de interagir com o mundo e com os outros.

A reflexão sobre como esses passos se relacionam é o que Chris Argyris chamou de Ciclo Reflexivo. Isso significa que nossas crenças afetam quais dados selecionamos da próxima vez, iniciando um novo ciclo.


No primeiro degrau, observação, começamos a coletar informações através de nossos sentidos, mas nem todas essas informações são selecionadas para o próximo degrau. Na seleção, escolhemos as informações que julgamos importantes, baseados em nossas experiências e expectativas. Em seguida, adicionamos significado, que é onde começamos a interpretar e atribuir significado às informações selecionadas.


No quarto degrau, suposições, começamos a tirar conclusões com base nas informações e significados que adicionamos. Essas suposições podem ser influenciadas por nossas experiências passadas, emoções, crenças e expectativas. Na sequência, chegamos às conclusões, onde tiramos uma posição sobre a situação com base em nossas suposições.


Por fim, no último degrau, desenvolvemos nossas crenças, que são as nossas verdades pessoais. Nossas crenças afetam quais dados selecionaremos da próxima vez, fechando um ciclo reflexivo que pode reforçar nossas crenças iniciais e nos levar a conclusões errôneas.


Entender esses seis degraus é fundamental para que possamos questionar nossas próprias suposições e estar mais conscientes da forma como pensamos e interpretamos as situações.


O processo da escada da inferência é inevitável e natural em nossas vidas, porém, ao nos tornarmos mais conscientes desses passos, podemos questionar nossas suposições, conclusões e crenças, e assim, obter soluções novas para problemas recorrentes.


Líderes que buscam transformação pessoal e organizacional devem estar atentos a esses passos, buscando aprimorar sua capacidade de reflexão crítica, de modo a tomar decisões mais conscientes e eficazes. A reflexão constante permite o questionamento de pressupostos e a construção de novas perspectivas, habilidades indispensáveis para quem deseja liderar equipes de forma assertiva e engajadora.


Questionar nossas próprias suposições e crenças é um processo contínuo e pode levar a soluções novas e criativas para problemas recorrentes, além de nos ajudar a compreender melhor nossos comportamentos e o mundo ao nosso redor. A Escada da Inferência é uma ferramenta poderosa que pode nos ajudar a navegar nesse processo de autodesenvolvimento e transformação.



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